☆ RANIA DEEPSTRIDER ☆


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Campanha: - Jornada.
Idade: 16 anos / 70 cm.
Raça/Classe: Halfling Austera, Ladina. 
Aventura de D&D, 3.5. 
Mestre: Maurício 

Black Pearl. 


O Vale estava na época em que novas criaturas surgiam sempre em busca de algo, mercadores em busca dos melhores produtos e mercenários que recrutavam pequenas pessoas para serviços especias, por isso as ruas andavam sempre cheias e os becos nada seguros. Andando pela rua principal com o capuz tampando a metade do rosto, esquivei no meio dos nobres e dos burgueses que andavam com bolsas de veludo carregadas de ouro e jóias, fazendo uma dança inédita com alguns movimentos de mãos e delicada deslizadas de pés acompanhando o ritmo da caminhada de cada um. Deixei meus parceiros continuarem a caminhada de bolsos vazios e segui em direção ao meu beco favorito, esse mesmo cortado por uma imensa parede de pedras separando as avenidas. 


Há quem diga que essas paredes surgiram no intuito de não deixar que os ladrões de verdade usar do obstáculo para adaptar a uma saída diferente, mas o conde é idiota por pensar que isso resolveria. Sentei em um caixote segurando uma grande quantidade de bolsas de veludo saqueadas, coloco as dentro de minha mochila, ajeito o capuz e escalo a parede que dava direto á uma varanda com um toque familiar de pequenos crisântemos. Ouço passos apressados próximos ao beco e pessoas gritando algo como: 


“Fui roubado” 


“ Cace o ladrão” 


“ Quero a cabeça desse meliante em meu estandarte” 


“Devia ter sido um Halfling, só pode”. 


Esse tipo de estupidez. Minhas pequenas pernas balançavam em cima da sacada e assim que vi o desespero e arrogância dos nobres comecei a rir e a me deliciar com a expressão de cada um, quando fui me posicionar para saltar no telhado mais próximo senti algo tocar em meus ombros tão forte que não consegui desviar, fui puxada e arremessada com força pra dentro do cômodo onde uma silhueta familiar havia passado por mim e fechado as janelas da varanda. 


- Ah o desespero, lindo desespero no rosto daqueles inúteis - Estendeu a mão, e apenas via sua silhueta na penumbra, mas a voz era conhecida. 


- E precisava dessa violência toda? eu ein. - Levantei e sacudi minhas roupas fazendo com que os tintilares das moedas em minha mochila denunciasse quem realmente era o meliante. - Tem dias bom e dias mal pra todo mundo Sr. Agneel. 


- Todo mal e castigo pra esses nobres metidos a besta, querida Rania. - Ele soltou uma gargalhada acompanhada de uma tosse estranha, caminhou até a lamparina mais próxima e acendeu. Ajudei o mais velho a sentar-se em sua cadeira de balanço, não podia negar que todos estavam sofrendo com essa epidemia, inclusive meu avô morreu por causa dela porque não podíamos comprar medicamentos e o pior de tudo era ver que o Conde responsável pelo vale não fazia nada á respeito. Tudo o que eu estava vendo no momento era que cada um estava vivendo de “Cada um por si e Deus por todos” porém, não foi isso o que minha avó havia me ensinado. 


Peguei uma das sacolas de veludo dentro da mochila e coloquei nas mãos enrugadas do mais velho. 


- Compre remédios, você está doente e precisa se cuidar - 


- O Vale está doente, quando crescer vai entender melhor - Ele agradeceu a bolsa, e sorriu apontando em direção á uma porta. - Vá blackpearl, sua avó á procura, a propósito sua irmã também. Se cuida 


- Obrigada, estou indo vê-la agora!! - Retribui o sorriso e caminhei em direção ao lugar indicado. 


Era um escritório, pequeno e aconchegante. A estante estava um pouco afastada da parede então passei por trás sem dificuldade e encontrei uma passagem secreta, ladrilhada e decorada com mármore. Engenhoso demais para um simples padeiro, mas acredito que o Sr. Agneel tenha voltado com diversas histórias de suas aventuras, e quando chegou a idade ele acabou tendo que ficar no vale fazendo outras coisas como tendo que assumir a padaria da família. A passagem acabava na entrada de outro beco sendo este o outro lado da parede do lugar onde eu estava. Esta rua era a mais tranquila com um movimento local com as pessoas da vila e alguns aventureiros procurando algo pra fazer. 


Passei furtivamente entre cada um, esgueirando e esquivando aproveitando que ninguém me ‘via’ praticamente, passei por uma barraca onde as frutas amostra estavam pedindo pra serem degustada. Enfiei a mão na mochila e saquei 2 moedas de ouro e entreguei para a dona Rose. 


- Tudo isso aqui de maçã. - Sorri para a mais velha. 


- A senhorita andou aprontando de novo não é? blackpearl- sussurrou enquanto embrulhava as maçãs em uma trouxa. Joguei outra moeda de ouro, que caiu dentro de sua caneca torta que aguardava caridade. 


- O mesmo de sempre dona Rosa, aliás eu não estive aqui - Peguei a trouxa e saí caminhando com um sorriso no rosto. 


- Cuidado, viu estavam te procurando. E ai encontraram sua irmã, adivinha o que aconteceu? kekekeke. - sorria enquanto recolhia a moeda da caneca. 


- Raena? Pra que lado?!?!?!?! - Olhava desesperada para ela, até ela apontar á uma direção. - 



-#- 


Caminhei um bom tempo comendo algumas maçãs e passando por uma rua tranquila um movimento muito pouco de pessoas, até avistar uma fila de escravos presos encostados na parede ao lado de uma taverna local. 


“Realmente, tem dias que não são bons” 


Eles vem, tiram nossos suprimentos, nossas famílias, procurando novas aberrações pro temido Show de Horrores que se tornou um pesadelo pra raças diferentes já que esse era o passatempo prefiro da nobreza. Não poderia ajuda-los, porque estavam fora do meu alcance, e além do mais o que poderia fazer? meu coração dói, porque quem foi que deu o direito de tirar a liberdade de outras criaturas só porque eram diferentes? esgueirando pelo caminho próximo aos prisioneiros acorrentados e sendo castigado no meio da multidão havia um meio orc, um centauro, e uma Halfling do meu mesmo tamanho. Parei imediatamente perto de um beco próximo á essa fila, Raena, minha irmã gêmea, estava acorrentada e precisava tirar ela dali. Um sujeito estranhamente familiar estava aos berros com os outros do grupo que levava as pobres criaturas, esse mesmo havia sofrido um assalto horas atrás e exigia que o grupo capturasse o ladrão, mais uma desventura do destino pois era eu quem ele procurava. 


“Acontece, que o dia ruim é pra você amigo,não pra mim” 


A rua estava presa em uma penumbra notável e sendo iluminada naturalmente pela lua, devido á vinda desses mercenários, os habitantes não tinham coragem o suficiente em dar as caras na rua. Aproximei da fila aproveitando a oportunidade em que os mercenários haviam entrado na taverna para beber, cheguei próxima de Raena e dos outros e fui mexer em suas algemas por sinal terrivelmente apertadas proporcionando machucados horríveis, seus pulsos brancos estavam com manchas pela tortura ao ser puxada diversas vezes, Raena levantou o rosto assustada. 


- Passeando pela cidade a essa hora da noite, Ena?. - Sussurrei. 


- Graças a você o passeio foi emocionante, pare de gracinhas e me tire daqui. 


- Ssssh. Não faça barulho.. - peguei algumas ferramentas em minha mochila e comecei a abrir as algemas com facilidade, a medida que cada uma ia caindo era possível ouvir longos suspiros vindo de minha irmã. 


- Porfavor me ajude também.. - O centauro que estava observando encheu os olhos de lágrimas vendo a fuga silenciosa. Fiquei com medo que ele fizesse alarde para os mercenários, nesse momento Raena me cutucou com força franzindo o cenho, franzi a testa reagindo ao cutucão. 


- Ajudar? ora essa.... - Entreguei as maçãs que havia comprado para Raena, coloquei o capuz e comecei a desatar as algemas das patas com facilidade e ouvi alguns barulhos na taverna como copos quebrando e gargalhadas, ignorei e voltei a trabalhar cautelosamente. O som das correntes caindo no chão fez os prisioneiros se preocuparem, apontei em direção á um beco. Observando enquanto corriam percebi que as patas do centauro estavam machucadas. 


- Preciso tirar vocês daqui.. vamos pra casa Ena. - Peguei uma maçã e mordi olhando pro centauro que estava ofegante e aflito. Olhei de novo para a parede e o Meio Orc estava resmungando e chorando. - Ah qual é..? por que não posso simplesmente ir embora? - Raena me olhou com a cara franzida e sussurrando algo como 


“Até parece que você esqueceu o que a vóvó ensinou” 


“Já entendi! Já entendi” resmunguei. 


Coloquei o capuz de novo e abocanhei outro pedaço da maçã, dominada pelo medo e a adrenalina corri em direção ao Meio Orc que soltou um grunhido ao me ver. Tirei a maçã da boca, e fiz um sinal pra fazer silêncio. Comecei a abrir as algema novamente,uma por uma, quando a última caiu fez um barulho tão alto que o beco teve um eco e então as gargalhadas cessaram, a maçã escorregou de minha boca e em desespero sai correndo pra detrás do beco onde estávamos como consequência Meio Orc veio fazendo tanto barulho que todos já estavam achando que iriam pro “Show dos horrores”. 


Minha irmã havia achado uma atalho pelo beco, apontando a direção que levaria á casa de nossa avó, o centauro já estava adiantado, e antes que ouvíssemos os gritos e passos dos mercenários saindo da taverna, já estávamos a caminho com passos apressados. Ajudamos o centauro e o Meio Orc com seus estados debilitados a subirem a colina até chegarmos ao nosso destino, não havia sinal aparente dos mercenários. 


É claro que fomos recebidas com tapas e pontapés, minha avó percebeu a situação e rapidamente preparou alguns curativos nos feridos com ajuda de Raena, vóvó fez questão de leva-los ao jardim que era um afastado da casa de minha vó, a primeira vista é apenas uma vista normal. Eram duas arvores gigantes, seus galhos se entrelaçavam uns nos outros fazendo uma enorme cúpula, chamamos o jardim de “Pequena estufa” por fora nada era visível, só quando entramos percebemos a variedade de plantas, mudas, flores, frutos e etc. Arrumamos um lugar pra eles dormirem, e descansarem dentro da estufa, estariam seguros e confortáveis até então. 


Raena estava contando para vóvó como tinha sido capturada pelos escravistas e qual era o objetivo deles, por ter sido metade culpa minha levei tapa muito forte que havia caído da cadeira. 


Nosso vale de qualquer maneira não era seguro, agora nem habitável é mais se depender dos nobres que querem construir o ‘Show de Horrores’. 


- Minhas netas, vocês devem sair, conhecer o mundo, ficarem mais fortes para proteger o vale futuramente, nosso vale está doente.- estava mexendo a colher de seu chá, impaciente. 


- Vó quero ajudar o vale do meu jeito, não sendo uma ladra. - murmurou. 


- Ladra não, ladina, respeito é bom e a gente gosta. 


- Rouba do mesmo jeito. quero fazer do meu jeito, honestamente. - O silêncio deveria permanecer na sala, mas interrompi com minhas gargalhadas. 


- Ilária você, irmãzinha - Continuei rindo. 


- Qual o problema nisso ? Acha que eu não consigo? - Ela mudou de expressão, e sua voz soou mais rígida. Ela estava esperando uma resposta mas nossa avó não disse uma palavra após ter ouvido aquilo. 


- E o que você vai fazer? cura mágica? arrebatamento do vale? golpe do baú? caridade?- Peguei as bolsas de veludo com o dinheiro e joguei em cima da mesa. Com um sorriso enorme voltei a beber o chá. 


- O que você tem em mente Raena? - Vóvó bebeu um gole de seu chá e respirou profundamente. 


- Quero ajudar do meu jeito, não sirvo pra isso - Ela apontou para as bolsas de veludo em cima da mesa. 


- Faça o que achar melhor, porém NUNCA se esqueça do que eu lhe ensinei. Uma vez Deepstrider... 


- Sempre Deepstrider - terminou a frase um pouco triste. 


Raena era minha irmã gêmea, em quesito de aparência ela faz de tudo para não parecer comigo. Ela havia cortado seu cabelo estilo chanel, estava sempre usando pulseiras e colares feitos pelos artesões de nosso vale. Apesar de não ser joias preciosas pra outras pessoas, para nós eram como se valesse mais que tudo o que um nobre tivesse. Famtet é um artesão muito famoso em nosso vale e foi ele quem fez nossas pulseiras raras e únicas. Na minha estava escrito Blackpearl, e na dela redjewel ambas encrustada com pedras vindo do mar. 






Era madrugada e estava ouvindo barulhos intensos vindo do lado de fora, relincho de cavalos se aproximando da casa de nossa avó. Levantei correndo e cutuquei Raena que levantou assustada e correu para o quarto de nossa vó. Acontece que Rugre Deepstrider está sempre um passo na frente de quem seja, até das netas. Estava sentada na cadeira com as mesmas roupas e com o bule de chá saindo fumaça de recém-saído do forno. Raena correu para o quarto e em segundos saiu com uma mochila pronta, olhei assustada para as duas, vóvó fez um sinal para ficarmos em silêncio e apontou para o chão da dispensa. 


“Vão” susurrou 


“Adeus vóvó” Raena susurrou e saiu primeiro. Olhei assustada pras duas mas segui Raena, de pijamas. 


O túnel era longo, andamos por minutos até chegar em um alçapão. Raena subiu as escadas e abriu o alçapão sem problema nenhum, apenas segui ela, saímos dentro da estufa. O Centauro já estava de pé e o meio orc andava de um lado para o outro inquieto. 


-Estou indo embora nesse momento - disse para os dois - vamos? não pretendo ficar aqui. 


-Você vai mesmo?! - perguntei indignada. 


-Vou e estou muito feliz de ser a mais nova e estar partindo primeiro - sorriu. 


- Mais nova alguns minutos - murmurei. 


- Irei com você pequenina - o Centauro caminhou até nossa direção e o meio orc o acompanhou - nos tire daqui a salvos por favor. 


-Você vem Rania? - Raena estendeu as mãos. Segurei suas mãos e a abracei com força. 


-Vão na frente. - sorri para a mais nova - Vou ajudar vóvó. - pisquei para ela, que saiu por uma fresta entre os galhos, em seguida o centauro e o meio orc a acompanhando. 





Peguei algumas pedras em cima da mesa da Pequena Estufa e uma funda que estava do lado de um vaso com rosas. Recarreguei a funda, esgueirei pelos galhos das arvores e desci em direção aonde os cavalos estavam. Escondi entre duas enormes pedras e deixei a mira visível para atirar nos cavalos. Assim que todos haviam descido, e aproveitando a distração que um estava discutindo com minha avó, mirei na perna no cavalo do meio pra causar alvoroço. Pew! acertou direto no cavalo preto que empinou assustado, fazendo uma reação em cadeia e assustando os outros que correram em direção a cidade, os mercenários que haviam pertences nas bolsas das selas saíram correndo em direção aos cavalos, até que o ultimo cansou de discutir com minha vó e correu atrás de seu alazão. Eram gritos misturados com os sons da correria. 


Corri em direção a cabana de minha avó, que me recebeu com um enorme abraço. Entreguei a funda para ela, e corri para trocar de roupa e preparar minha mochilha. 


- Agora é minha vez vó. - sorri enquanto ajeitava a mochilha em minhas costas. 


- Leve-a, não irei precisar - Entregou a funda em minhas mãos, admirando sua neta com um rosto triste e olhar terno. 


- Obrigada vó - abracei com mais força do que havia abraçado a Raena. 


- Fico feliz de ter pelo menos de ter me despedido direito de você. 


- Acredito que eles irão voltar. Esconda as sacolas, e cuidado. Vou sentir muita sua falta. - lágrimas começaram a descer, apenas não queria ter que deixar ela sozinha. 


- Até parece que você não conhece sua vó! - passou a mão em meu rosto com delicadeza, limpando as lágrimas. - minha blackpearl, cresceu. Estou orgulhosa, amo muito você, agora vai e faça nosso nome ser ouvido em todo lugar. 


- Vou sim pode deixar! e vou voltar vóvó, pelo vale clannath! não vou deixar que eles brinquem conosco de novo. - acenei, e segui em direção á colina. 



O sol estava nascendo, agora estava pronta. Bom, eu achava que sim. No caminho, parei 40 minutos pensando aonde eu deveria ir. Era chato ter que ficar sozinha, tinha medo e algumas estradas me davam aqueles calafrios mais sinistros que tem. Não adiantava só reclamar, deveria continuar andando, pegando carona sem o motorista saber, espreitando a comida de alguns caçadores que se distraiam só pelo mato mexer de vez em quando, de qualquer maneira eu sei sobreviver sozinha do meu jeito. A Raena vai seguir o caminho dela seja lá qual for, e eu vou seguir o meu, e sim, voltarei e tomarei o vale de novo custe o que custar. 


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☆ Aaaah, a pequena Rania fundou um grupo com sua amiga Verdinha, de meninas poderosas com idade de 13 a 16 anos denominados Titânicas. Incluindo, Savannah a Lobasomen (Druída/Humana), Verdinha, A Necromante (Goblin/Maga, muito bem cuidada por sinal), Rebecca A Insaciável ( Humana/Bárbara que atacava Homens virgens), Skuld A certinha (Humana/Clériga), Keeta, A Lince totalmente simétrica (Feral/Guerreira) e Armin a Azarada (Humana/Maga). Fizeram algumas missões juntas, conseguiram uma mansão (que precisa de uma reforma daquelas), Savannah e a Verdinha entraram em Hiatus. Na aventura, as meninas sempre chamava a Rania de "Chefinha" pois era ela que dava a renda pras doida comprar as armas. 


☆ Gostei muito dessa personagem por ser uma pessoa totalmente divertida e sem noção (Caótico/Bom). Ela usa uma arma exótica, sendo uma frigideira com um T na frente, porque sempre que alguém se aproxima ela deixa o símbolo das Titânicas carimbado. 08/10 pra personagem. 


☆ 07/10 pra aventura. Tem muita coisa que pode ser melhorado ainda. No mais, só fico no aguarde da aventura ser finalizada. 


[ Aventura em 'Hiatus'] 


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